Jornalista e artista plástica, Márcia Leivas nasceu no Rio de Janeiro e tem formação quase autodidata no campo das Artes, tendo cursado apenas seis meses de aulas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, conceituada instituição particular carioca que durante décadas de atividade, vem abrigando artistas que se destacam no cenário nacional e internacional. Naquela escola, em 1989, Leivas assimila as noções básicas e começa a dar perspectiva, volume e luz às suas pinturas.
Neste mesmo ano, transfere-se para Salvador, Bahia, onde reside até hoje. Em 2001, sem abandonar o jornalismo, assume um comprometimento maior com a formação artística e passa a frequentar por 3 anos as oficinas de desenho e pintura do Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAM), tendo sido orientada pelos professores Paulo Pereira e Yuri Sacramento.
A partir de 2005, integra mostras coletivas com artistas das mais variadas tendências. Em 2008 realiza sua primeira individual, utilizando como tema a vida de Benjamin de Oliveira (1870-1954), homem negro, pioneiro como artista circense multifacetado em pleno século 19, responsável pela implantação da escola de circo-teatro no Brasil e uma celebridade por 40 anos como ator e o Rei dos Palhaços, mas infelizmente esquecido pelas gerações posteriores a sua morte.
No mesmo ano aceita o convite para participar da 23a Expo Internacional da Filadélfia, no estado da Pensilvânia (EUA), evento que reúne anualmente artistas de boa parte do mundo, que tenham a cultura africana como base de sua produção.
Em 2009 e 2010, volta a ser convidada pela October Gallery, organizadora do evento, levando desta vez um tema universal: a paz.
As telas que compuseram essa exposição uniram a simbologia do candomblé e o exercício de cidadania do homem comum, em seu dia a dia, interessado na preservação dos valores da paz. Para o ano de 2010 apresentou uma coletânea de seus trabalhos mais representativos. E com a participação nesta edição, ela inicia uma relação comercial com a October Gallery, que abre perspectivas no continente norte-americano.
Desde então, vem desenvolvendo sua técnica e amadurecendo sua identidade plástica. Mais recentemente realizou individuais na Casa do Comércio/Salvador; Casa do Benin/ Centro Histórico de Salvador; Foyer da Secretaria de Justiça e Cidadania/Centro Administrativo da capital baiana; Museu Afro-Brasileiro da UFBA/Pelourinho-Salvador, exibindo as séries Brincadeiras e Sonhos de Criança; Extermínio de Homens Negros e Os 100 Anos de Jorge em mim (centenário do escritor Jorge Amado).
Hoje, Leivas se ocupa do conceito e da execução de telas para as próximas séries, entretanto, sob a influência de um componente recente. Os anos de 2023 e 2024 foram sabáticos para ela e as reflexões desse período levaram a uma mudança de rotina e de retomada de sua produção, mas sobretudo, a um olhar mais amplo e intenso sobre a Arte.